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Enrique Soriano: Uma vocação que cresce através da pesquisa

Por : Estefanía Fajardo
Periodista científica de Global Rheumatology by PANLAR.



05 Junho, 2020

https://doi.org/10.46856/grp.25.e028

""Ele esteve entre a Engenharia e a Medicina, aos poucos foi descobrindo o que queria ser e qual seria o caminho que seguiria na vida profissional. Ele gosta de falar sobre a sua família, esportes e música, como também sobre as investigações que lidera. Uma vocação que cresceu com o tempo e que hoje se transmite a quem ensina.""

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A sua vocação estava crescendo, assim ele conta. O Enrique Soriano, nascido em Buenos Aires, não sentiu como tantos esse chamado desde a infância a ajudar aos outros na área médica, mas a vida aos poucos o levou por esse caminho, uma vocação que se fortaleceu à medida que estudava. Ele aprendia e - talvez o mais importante - investigava.

Nas suas palavras, ele diz: “A realidade é que quando terminei o ensino médio não tinha muita clareza sobre o que queria ser. Inscrevi-me para fazer Engenharia e Medicina. Na época, como eram duas exames diferentes, optei pela Medicina, mas sem uma vocação muito forte. Ao longo da minha graduação gostei e tive uma feliz recepção da Universidade de Buenos Aires”. Talvez a única relação que teve com a Medicina tenha sido com o avô, ele era médico; no entanto, ele não o conhecia porque morreu antes do seu nascimento, então tudo relacionado a este mundo médico seria novo para ele.

E aos poucos ele descobriu o que queria ser.

Para a residência, ele voltou a fazer o exame e entrou no Hospital Italiano de Buenos Aires para Internista por quatro anos. "Quando terminei, tive duas ofertas para ficar trabalhando no hospital, uma para pneumologia e outra para reumatologia". Novamente diante de duas opções, ele teve que escolher, o atual presidente da PANLAR.

O chefe da reumatologia da época, o Dr. Luis Catoggio, havia passado muitos anos na Inglaterra “e além de ser uma boa pessoa”, como o descreve Soriano, tinha muito conhecimento, gosto pelo trabalho científico, pela pesquisa. Gostou da especialidade e também do fato de fazer pesquisa.

Conta foi assim como ficou. “Fui formado no curso de reumatologia superior e depois tive a oportunidade de fazer um ano de treinamento na Inglaterra no Royal National Hospital For Rheumatic Diseases, lá muitas pesquisas são feitas e tive a oportunidade de publicar três artigos científicos. A partir daí voltei e continuei fazendo reumatologia no meu país”, conta.

 

LEMBRANÇAS DA INFANCIA

Morou em San Isidro, considerado o núcleo histórico do norte da Grande Buenos Aires, com mais de 300 mil habitantes. Ele fez o seu primário e secundário lá. Ele lembra perfeitamente como foi aquela época e a descreve com um certo tom nostálgico, obviamente emocional. “Tive uma infância no bairro, jogando futebol na rua, andando de bicicleta, depois passei muito tempo em uma fazenda que os meus pais tinham próxima aos 200 quilômetros da capital. Vacas, prados, cavalos... Passei muitos verões e fins de semana lá. Gostei muito disso”. Mais tarde teve o que descreve como “um grupo de amigos muito bom”, costumava jogar rúgbi com eles quando era menino.

Avançando no tempo, ele ressalta que sempre gostou da reumatologia por ser uma especialidade muito clínica, requer muito conhecimento de clínica médica, “muito relacionado ao interrogatório e exame físico, e também havia um nível muito bom de pesquisa clínica”. Ele sempre esteve na pesquisa clínica, nunca na pesquisa básica. É claro e repetitivo ao dizê-lo.

Se eu fosse dar uma definição, seria: “doenças difíceis, não bem definidas, dá a possibilidade de analisar casos, características da população, tem muitas coisas descritivas. Sempre gostei disso na reumatologia”. Além disso, destaca o nível geralmente muito bom dos médicos que o faziam, “às vezes eu percebia isso diferente de outras especialidades. Tem sido muito inquieta”.

Agora ele está feliz. Quando fala do seu local de trabalho, fá-lo com uma descrição clara, com elogios, como se a vida continuasse a sorrir para ele com aquela vocação que um dia descobriu, aquela que foi mais forte que a Engenharia e que aprendeu anos depois. “É um hospital universitário muito grande, tem formação médica, o que facilita muito a pesquisa”.

Destaca-se que ali fazem muitas pesquisas próprias, mas também nos últimos anos e alguns trabalhos com a Sociedade Argentina de Reumatologia fizeram avanços na pesquisa multicêntrica.

A linha de pesquisa do Dr. Soriano é fundamentalmente artrite reumatoide, espondiloartrite anquilosante, artrite psoriásica e doenças autoimunes como o lúpus. “Sempre pesquisa clínica”, enfatiza mais uma vez.

 

FUTEBOL, RUGBY E SERIADOS

Nem tudo é reumatologia, nem é pesquisa 24 horas por dia, 7 dias por semana. A sua vida também tem outros horizontes. “Gosto muito de praticar esportes, jogar tênis, paddle. Praticar esportes é uma das coisas que mais gosto”, destaca, com graça também diz que depois não tem muitos outros hobbies “além desse”.

É torcedor do River Plate e acompanha outros times internacionais de futebol. Ele também gosta muito do rugby, é mais um dos esportes que segue.

“A minha esposa também é médica”, diz ele ao falar sobre a sua família. É sobre a Daniela Epstein. Ele tem três filhos, o Francisco, de 32 anos e advogado, e gêmeos de 19 anos, "que acabaram de terminar os estudos, o Felipe estuda engenharia e a Sofia, teatro".

Ele realmente gosta de Rod Stewart e de todas as músicas da época. Algumas outras coisas misturadas como La Oreja de Van Gogh. Basicamente a música dos anos 90. “Gosto muito de tudo que é filme ou série relacionado com a Idade Média, o período dos Vikings, o período medieval da Inglaterra, tudo que é da ordem do épico e da guerra relacionada a esse tempo, das espadas. Séries como Britânia, Vikingos ou GOT”.

Ele não tem aquele "sempre dizia" característico de muitos. "Há pessoas que sempre se lembram de 'fulano de tal me disse' eu não", diz ele com sinceridade.

 

O SEU CAMINHO NA PANLAR

A sua história com a PANLAR remonta há anos. Ele lembra-se claramente, pesquisas, amigos e medicina convergem lá. Três elementos-chave na sua vida.

Foi "há muitos anos", diz ele. Quando participou do lançamento do Grupo Latino-americano para o estudo da Artrite Reumatóide GLADAR e do Grupo Latino-americano para o estudo do Lúpus GLADEL. “A partir disso houve um certo conhecimento e entendimento com muita gente da América Latina, pelo que em determinado momento, já na Sociedade Argentina de Reumatologia, fui proposto como um dos representantes regionais e foi aí que entrei na PANLAR”, lembra.

A partir daquele momento fez parte da mudança, o que eles chamam de nova PANLAR. “Teve um grupo de médicos que começou a querer trabalhar de forma diferente na PANLAR, gostei muito disso e entrei. Tive a sorte de ser o primeiro tesoureiro eleito e, depois de alguns anos, presidente eleito. Nos demos muito bem no que queríamos como objetivos e no que queríamos fazer”, destaca.

Até aquele momento, era um pouco menor que "tinha pouco peso nas sociedades nacionais", pouca presença e que "fazia um bom congresso primeiro a cada quatro anos, depois a cada dois, mas muito baseado nas atividades da sociedade que organizava o congresso". Em seguida, propuseram que a PANLAR assumisse o comando das ações que estava fazendo e se fortalecesse como estrutura, uma organização mais forte, com estatutos e leis. "Também foi capaz de estabelecer-se como uma organização sem fins lucrativos nos Estados Unidos."

 

O SEGUINTE

Ele tem muitos amigos na Argentina graças à reumatologia, posso citar muitos, “eles me ajudaram muito, são muito bons amigos meus. Temos feito muitas coisas aqui na sociedade”, afirma. Na reumatologia pan-americana, ele também tem muitos colegas que também passaram para a categoria de amigos.

- Como o Enrique Soriano se define como pessoa e como médico?

- Como pessoa, acho que sou muito trabalhador, empreendedor, bagunceiro. E comprometido, eu diria. Também acredito que sou responsável, mas às vezes minha desordem me faz falhar nas minhas responsabilidades, que me esqueço de algo com que me comprometi e não é porque não quero fazer, mas porque na minha desordem não percebi. Acho que sou responsável, mas moderadamente devido à minha desordem - ele responde depois de alguns segundos para pensar a respeito. Cada palavra é dita com a certeza de saber quem é. -Em geral eu aceito quase tudo que me pedem, tenho um fácil sim, poderia dizer - acrescenta.

-E como médico?

-Como médico acho que sou bastante profissional. Não tenho muita empatia com os pacientes como eles dizem (risos), não sou daqueles que os pacientes adoram na primeira consulta, mas com o tempo a gente aprende a nos valorizar. Às vezes admiro quem tem vocação de médico, em mim essa vocação cresceu, não acho que fui profissional porque gostava de ajudar aos pacientes e ter empatia com eles.

É também Diretor do Mestrado em Pesquisa Clínica e Diretor do Departamento de Pós-Graduação do Instituto Universitario Hospital Italiano de Buenos Aires. “A minha evolução tem sido mais nesse sentido, dedicando-me à parte de ensino e pesquisa”, diz.

Ele adora o acadêmico, estudar, ler e pesquisar. "Gosto de ensinar muito mais do que cuidar dos pacientes em si", diz ele, "embora goste de ver os pacientes quando tenho um bom tempo para me dedicar a eles". Aos poucos ele se dedica mais aos acadêmicos: participando de discussões, fóruns, da parte docente, gerando projetos educacionais.

“Pessoalmente, estou bem, feliz com a minha situação e conquistas”, afirma. A nível profissional, acredito que ele alcançou muitas das coisas que se propôs a fazer. "Em princípio, eu diria que estou feliz."

As conquistas que faltam é o que está crescendo na PANLAR e, no nível hospitalar, ele busca deixar uma sucessão ordenada, “que as pessoas que me seguem continuem com as diretrizes. Isso é um pouco desafiador, aprender a delegar e se afastar”.

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