A Dra. Silvia Papasidero, da Argentina, atua como médica da equipe do Hospital Tornú, em Buenos Aires, e lá também atua como diretora da carreira de médicos especialistas em Reumatologia, que depende da Universidade de Buenos Aires e da Argentina Society of Rheumatology. Ela também é coordenadora residente do hospital.
Em conjunto com a Associação de Reumatologia da cidade de Buenos Aires apresentaram uma proposta educacional para o Congresso PANLAR 2021 sobre osteoartrite, “somos três palestrantes e falamos da clinimetria e atualização do tratamento farmacológico e não farmacológico”, explica.
“Na verdade, somos todos reumatologistas com muitos anos de formação. Há muitos anos venho trabalhando um assunto que me tocou, por exemplo, a clinimetria, que consiste em como os pacientes devem ser avaliados, como devem ser acompanhados. Geralmente, para estas palestras, o que fazemos é uma busca detalhada da bibliografia e estamos sempre atualizando tudo que há de novo”, explica a doutora.
Já faz vários anos que as mulheres começaram a predominar na medicina, diz ela, garantindo que principalmente no que são especialidades clínicas, mas nas especialidades cirúrgicas ainda predominam os homens. “Fica difícil porque ainda há muito machismo em todo lugar, mas, podemos”, acrescenta.
Voltando ao que abordará no PANLAR 2021, ela destaca que na clinimetria um dos seus grandes professores foi o Dr. Citera, “ele nos ensinou como devemos avaliar aos pacientes na Reumatologia e como é importante termos medidas objetivas que permitam a gente depois saber se o paciente está melhor, pior, quais mudanças devem ser feitas no tratamento e qual seria o objetivo de acordo com estas medidas que fazemos sistematicamente nos pacientes”.
E, para continuar explicando, ela compara com elementos mais comuns, “assim como quando se tem colesterol e quer que o colesterol fique abaixo de um valor, na Reumatologia temos muitos instrumentos para dizer que o meu paciente hoje está neste número, e eu quero melhorar, não temos um único número e um único parâmetro, mas muitas coisas que temos que medir nos pacientes: qualidade de vida, função, como são realizadas as atividades da vida diária, o quanto dói, como ver a sua doença, como ela é tratada com o tratamento, ou seja, é muito mais complexo do que um simples número, talvez como um valor de colesterol ou um valor de pressão arterial. É isso que o torna interessante e é preciso ensiná-lo”.
Para a Dra. Papasidero “apropriar-se é uma das coisas mais difíceis, por isso insisto mais”, e é uma das coisas mais difíceis que os reumatologistas mais jovens têm de incorporar. “Até porque leva tempo e às vezes tem muitos lugares que no dia a dia não dão tanta atenção para que o médico possa levar detalhadamente, digamos, avaliar, tudo que ele tem que avaliar, isso é outra das coisas. Sendouma das coisas pelas que temos lutado desde as diferentes sociedades científicas, para conseguir que o médico tenha mais tempo na sua consulta para que ele tenha a possibilidade de fazer todas essas avaliações nos pacientes ”, diz.
Ela fez primeiro uma especialidade que é a clínica médica, “e quando eu estava terminando a clínica médica percebi que gostava da Reumatologia porque dentro de todas as especialidades é a que tem mais clínica, a que mais atende o paciente de uma forma abrangente, não é um órgão único, mas tem muita clínica e também vi que tinha muito que aprender, a parte de Imunologia, a autoimunidade, e a quantidade de tratamentos que tem, tudo que é da reabilitação que também gostei muito. Aí resolvi fazer outra especialidade, que era Reumatologia”, confessa.
Quando questionada sobre uma frase para que saibam que devem entrar nesta parte do Congresso, ela responde: Para saber como avaliar melhor um paciente com osteoartrose e onde focar o tratamento.
Sobre a osteoartrose, ela garante que se sabe mais, mas falta em termos do que é tratamento "porque são poucos os tratamentos desenvolvidos, então há um longo caminho a percorrer e, acima de tudo, mais desenvolvimento no que é reabilitação, porque há muito para que fazer na reabilitação nestes pacientes, mas são poucos os profissionais com formação em reabilitação”.